O que é urticaria, tratamento e dicas.

Se você se deparou com placas vermelhas na pele e apresentam coceira muito intensa, é improvável que sejam simples picadas de insetos. O surgimento desses sintomas pode ser sinais da urticária. Coçar, ingerir bebidas alcoólicas, exercícios e estresse emocional podem piorar a coceira. Se você tem esses sintomas procure um médico alergologista.

As urticárias surgem na pele como placas vermelhas inchadas e apresentam coceira muito intensa. Duram de poucos minutos a várias horas, podendo variar o local. Estima-se que cerca de 15% a 20% da população pode apresentar urticária em algum momento da vida.

As urticárias e modo geral, aparecem em surtos em diversos locais do corpo e podem se acompanhar de inchaço em certas regiões, como os lábios e pálpebras ou na língua deixando os locais extremamente inchados e doloridos. Os inchaços também são temporários e podem durar até 72h reaparecendo ou não em outras áreas do corpo. Além dos sintomas relacionados às placas e lesões. Nesses casos, é fundamental que o paciente procure rapidamente um pronto-socorro.

Há também aqueles pacientes que têm UCE, mas não têm urticas, apresentando apenas angioedema (aproximadamente 10% dos pacientes com UCE). O angioedema também pode acontecer por outras razões além da urticária crônica, como uma reação alérgica a uma substância (como remédio, alimento, látex ou animais) ou ser causado por uma condição genética chamada de angioedema hereditário. Em casos raros, o angioedema também pode ser causado por alguns tipos de câncer ou doenças autoimunes, como o lúpus.

Sintomas

O principal sintoma de urticária é o surgimento de lesões na superfície na pele.

Geralmente as lesões têm as seguintes características:

  • vermelhas e salientes;
  • coçam muito;
  • sensação de queimação;
  • formato oval;
  • são pequenas, porém o tamanho é suficiente para serem notados a pouca distância.

O que causa urticaria

Existem numerosos fatores que podem desencadear ou agravar surtos de urticária, tais como alimentos (castanha, nozes, amendoim, chocolate, peixe, ovos, leite, entre outros), medicamentos, corantes e aditivos alimentares, exercício, calor, fatores emocionais e picadas de insetos, entre outros.

Muitas vezes o quadro de urticária adquire grande intensidade e pode durar várias semanas. Nesta situação é comum o médico alergista investigar além de causas alérgicas, outros possíveis desencadeantes através de exames específicos.

Infecções, doenças hepáticas ou de tireoide, assim como, doenças reumáticas podem ser acompanhadas de surtos de urticária.

Nos casos de urticária de longa duração é comum o médico alergista orientar cautela com o uso de habituais desencadeantes, como certos medicamentos e os corantes industrializados.

Com frequência a associação de medicamentos é prescrita para controlar as manifestações mais intensas.

Tipos de Urticária

Existem dois tipos de urticária, de acordo com o tempo de evolução:

  • Aguda (<6 semanas)
    Prevalência: 8% a 20% dos adultos em todo o mundo
  • Crônica (>6 semanas)
    Prevalência: 0,1% a 1,8% dos adultos em todo o mundo

A urticária aguda relacionada à alergia pode ser difícil de identificar e tratar, já que a sensibilização a vários elementos é comum. Até 80% dos pacientes com alergias são sensíveis a mais de um alérgeno. Além disso, identificar o alérgeno óbvio nem sempre é suficiente. Respostas alérgicas podem se desenvolver a substâncias antes toleradas, e a sensibilização a alérgenos sazonais e perenes geralmente se acumulam para desencadear sintomas.

Causas de urticária aguda

É possível que não exista qualquer envolvimento imunológico na urticária aguda. Os seguintes tipos de alérgenos podem desencadear uma resposta alergica:

  • Alérgenos por contato ou inalados (ou seja, látex, saliva animal poeira, pólen, bolores, pelos de animais)
  • Alérgenos ingeridos (por exemplo, amendoins, nozes, castanhas, frutos do mar, peixes, trigo, ovos, leite, grãos de soja)
  • Picadas ou mordidas de insetos
  • Reações adversas a medicamentos (por exemplo, penicilina, sulfa, opiáceos, inibidores da enzima conversora de angiotensina, antiinflamatórios não esteroides)
  • Urticária de contato (por exemplo, vegetais, animais)
  • Dermatite de contato (por exemplo, hera venenosa, níquel)
  • Exacerbação da urticária física (por exemplo, dermografismo, urticária colinérgica)
  • Estímulos físicos (por exemplo, pressão, frio, calor, exercícios, exposição à luz solar)
  • Infecções virais ou bacterianas (por exemplo, parvovírus B19, vírus Epstein-Barr)

O que é UCE ( Urticaria crônica espontânea)?

Na urticária, muitos fatores externos como cosméticos, medicamentos, alimentos, produtos de limpeza podem causar os sintomas como urticas e angioedema. A grande diferença é que na UCE (Urticária Crônica Espontânea) as lesões aparecem espontaneamente. Isto é, a UCE não é causada por nenhum desses agentes externos, e sim pelo próprio organismo.

Como muita gente ainda desconhece a UCE, não é raro que pacientes com a doença busquem continuamente a suposta “causa” das lesões na pele, privando-se desnecessariamente de muitos alimentos, cosméticos, medicamentos e modificando significativamente seus hábitos de vida.

Outro fator que traz muito impacto na qualidade de vida das pessoas com UCE é que as urticas e o angioedema aparecem de repente, sem aviso, tornando a doença imprevisível e acarretando em diversas frustrações para os pacientes, como viagens canceladas, ausências em reuniões importantes etc.

A imprevisibilidade das crises de UCE impacta demais a vida dos pacientes, podendo levar a um estado mental de ansiedade e até depressão.

O impacto da urticária crônica espontânea na qualidade de vida dos pacientes é devastador, sendo mais alto que o de outras doenças dermatológicas até mais conhecidas, como a hanseníase (lepra) e a psoríase. A UCE afeta inúmeros aspectos da vida dos pacientes, incluindo os relacionamentos pessoais, familiares e sexuais, levando a um isolamento social significativo – além dos sintomas como coceira, dor e a consequente privação do sono.

 

Tipos de Urticária Induzida

 

Dermografismo sintomático

O dermografismo sintomático é o tipo mais comum de urticária física, caracterizado pelo desenvolvimento de coceira ou sensação de ardor, pápulas que são provocadas pela aplicação de uma força forte sobre a pele, como  acariciar com firmeza, coçar ou esfregar. Manifesta-se como se alguém tivesse escrevendo na pele. As pápulas com coceira aparecem nos 5 minutos seguintes ao estímulo e podem durar 30 minutos ou mais. Os sintomas podem agravar-se à noite e com a fricção. É importante notar que as manifestações cutâneas nunca ocorrem espontaneamente e aparecem apenas nos locais onde o estímulo é aplicado. O dermografismo sintomático deve ser diferenciado do dermografismo simples, em que as pápulas sem coceira aparecem após uma pancada firme na pele.

FATORES DESENCADEANTES E CAUSAS

A causa do dermografismo sintomático não é conhecida. Os sintomas são desencadeados por estímulos físicos na pele, como esfregar, coçar, pressionar, etc.

TESTE

O dermografismo sintomático pode ser identificado através de uma história clínica detalhada e da análise de fotografias de pápulas. Os doentes referem o aparecimento de pápulas estriadas após coçar, esfregar ou pressionar. O diagnóstico pode ser confirmado através de testes de provocação utilizando uma espátula de madeira ou instrumentos especializados como dermografómetros (teste Fric). Aplica-se uma pressão firme sobre a pele num movimento de pincelada. O aparecimento de pápulas pruriginosas nos 10 minutos seguintes à provocação é considerado positivo para o dermografismo sintomático. Uma resposta de pápula sem comichão indica dermografismo simples.

TRATAMENTO

O tratamento do dermografismo sintomático envolve evitar, tanto quanto possível, os estímulos desencadeantes, incluindo evitar vestuário apertado, remoção de etiquetas, etc. Os sintomas podem ser controlados através da utilização regular de determinados medicamentos. Os medicamentos mais recomendados são a administração diária de uma dose única de anti-histamínicos não sedativos (medicamentos anti-alérgicos). Se os sintomas não forem controlados com a administração diária, a dose pode ser aumentada até quatro vezes a dose normal. Podem ser adicionados outros medicamentos, como o omalizumab, se não for obtido um alívio suficiente.

 

Urticária ao frio

A urticária ao frio é caracterizada pelo aparecimento de pápulas com coceira, angioedema ou ambos em contacto com objetos, líquidos ou ar frios. A urticária ao frio é o segundo tipo mais comum de urticária física. As pápulas e o angioedema ocorrem poucos minutos após a exposição e limitam-se às áreas expostas da pele; no entanto, uma exposição prolongada e extensa ao frio (por exemplo, nadar em água fria) pode desencadear reações sistémicas graves/anafilaxia (falta de ar, queda da pressão arterial, perda de consciência, sensação de asfixia, etc.). Cada doente tem um nível de temperatura (limiar) abaixo do qual os sintomas são desencadeados. Uma temperatura superior a este nível não desencadeia o aparecimento de pápulas. Quanto mais elevado for o limiar de temperatura, mais frequente será a ocorrência de pápulas quando da exposição ao frio.

FATORES DESENCADEANTES E CAUSAS

A causa do desenvolvimento da urticária ao frio não foi determinada. Os sintomas são desencadeados pela exposição a objetos, líquidos ou ar frios.

TESTE

O diagnóstico de urticária ao frio é sugerido por uma história típica e confirmado por testes de provocação. O teste de provocação envolve a aplicação de um objeto frio sobre a pele. O teste do cubo de gelo envolve a aplicação de um saco de plástico contendo um cubo de gelo numa pequena quantidade de água contra a pele durante 5 minutos. O desenvolvimento de uma pápula nos 10 minutos seguintes à sua remoção é considerado positivo. Os dispositivos eletrónicos de teste, como o Temptest, disponíveis em alguns centros, podem ser utilizados para testes de provocação para identificar o nível de temperatura (limiar) a que os sintomas ocorrem e quanto tempo após a exposição ao frio aparecem as pápulas.

TRATAMENTO

O tratamento da urticária ao frio inclui evitar a exposição ao frio, usar roupas quentes, luvas, gorros e cachecóis em temperaturas frias. Devem ser evitadas situações de alto risco, como a exposição a banhos frios, natação, alimentos e bebidas frias, etc. Pode ser difícil evitar completamente a exposição ao frio. Os medicamentos podem ajudar a aumentar o nível de tolerância à exposição ao frio. Recomenda-se uma dose única diária de anti-histamínicos não sedativos nos pacientes que apresentam sintomas frequentes. Se os sintomas não forem controlados, pode considerar-se a possibilidade de aumentar a dose para quatro vezes a dose habitual. Podem ser adicionados outros medicamentos, como o omalizumab, se não for obtido alívio suficiente. Nos pacientes que desenvolvem reações sistémicas graves/ anafilaxia (falta de ar, queda da pressão arterial, perda de consciência, sensação de asfixia, etc.) após exposição ao frio, pode ser necessário transportar um auto-injetor de adrenalina (Epipen) para utilização de emergência.

Urticária solar

A urticária solar é um tipo raro de urticária física. Na urticária solar, as pápulas com prurido aparecem poucos minutos após a exposição direta à luz solar. As partes da pele não expostas não são normalmente afetadas. A exposição de áreas da pele à luz solar através de roupas claras e vidros também pode provocar pápulas, uma vez que estes não obstruem completamente os raios UV e a luz visível. A gravidade dos sintomas pode aumentar com a intensidade da exposição solar.

FATORES DESENCADEANTES E CAUSAS

A causa do desenvolvimento da urticária solar não é claramente compreendida. Os sintomas são desencadeados pela exposição direta à luz solar.

O diagnóstico da urticária solar é feito com base na história do doente e em testes de provocação. Um teste simples é a exposição de uma pequena área da pele à luz solar direta. Uma avaliação mais formal é efetuada através da exposição de diferentes áreas da pele a diferentes comprimentos de onda de luz (UV-A e UV-B) através de testes fotográficos. Os protetores solares e os medicamentos fotoativos devem ser evitados antes do teste fotográfico. O teste é considerado positivo se aparecer uma pápula no local da exposição no espaço de 10 minutos. As pápulas desaparecem normalmente no espaço de 1-2 horas.

TRATAMENTO

Os pacientes com urticária solar devem evitar a exposição direta à luz solar, usar vestuário de proteção e utilizar protetores solares de elevada proteção. O tratamento com anti-histamínicos não sedativos pode ajudar a controlar os sintomas. Se os sintomas não forem controlados com a dose máxima de anti-histamínicos, podem ser adicionados outros medicamentos, como o omalizumab.

Urticária de pressão tardia

A urticária de pressão tardia é um subtipo de urticária física caracterizada por vermelhidão recorrente e inchaço doloroso que surge após um estímulo de pressão na pele. Os sintomas surgem normalmente 4 a 6 horas após o estímulo, mas podem ocorrer no espaço de 30 minutos. Um inchaço residual pode durar até 72 horas. A urticária de pressão tardia ocupa o terceiro lugar em frequência entre as urticárias físicas.

Pode coexistir com a urticária espontânea crônica ou com outros tipos de urticária física. Deve ser diferenciada do dermografismo sintomático, em que as pápulas aparecem poucos minutos após a exposição ao estímulo de pressão.

FATORES DESENCADEANTES E CAUSAS

As atividades que normalmente desencadeiam os sintomas incluem o uso de roupas ou sapatos apertados (que afetam áreas apertadas), estar sentado numa superfície dura, andar de bicicleta ou estar à pé durante períodos prolongados, andar extenuante (que afeta as plantas dos pés), carregar sacos pesados (que afeta as palmas das mãos e ombros), compressão contra uma almofada (que afeta a face).

DIAGNÓSTICO

A história do paciente pode, por si só, fornecer pistas adequadas para o diagnóstico. O teste de provocação é efetuado através da aplicação de pressão sustentada na pele; um método comum é o teste do saco de areia, que consiste em pendurar um peso no ombro, coxa ou antebraço durante 15 minutos e depois observar os sintomas durante as 24 horas seguintes. O aparecimento tardio (aproximadamente 6 horas) de vermelhidão e inchaço no local é considerado um resultado positivo. Normalmente não está associado a coceira, mas sim a uma sensação de dor ou ardor.

TRATAMENTO

O tratamento da urticária de pressão tardia é um desafio. O tratamento inicial inclui a prevenção de fatores desencadeantes, como roupas e sapatos apertados. Embora os anti-histamínicos sejam um tratamento de primeira linha com doses superiores às normais,  a doença é geralmente resistente aos anti-histamínicos.

Urticária ao calor

A urticária ao calor é uma forma pouco frequente de urticária caracterizada pelo desenvolvimento de pápulas, coceira  minutos após a exposição local da pele ao calor (água quente ou ar quente). A urticária ao calor deve ser diferenciada da urticária solar, especialmente quando os sintomas aparecem no verão. Na urticária solar, apenas as áreas da pele expostas à luz solar estão envolvidas, enquanto que no caso do calor, a pele sob a roupa também pode estar envolvida. O diagnóstico da urticária ao calor pode ser efetuado através da aplicação de um tubo de ensaio com água quente sobre a pele durante 4 a 5 minutos. O teste é considerado positivo se se desenvolver uma pápula no local após a remoção no espaço de 10 minutos. Os testes de provocação disponíveis em alguns centros também podem ser utilizados. Os anti-histamínicos não sedativos podem ajudar a controlar os sintomas.

Urticária induzida pelo exercício físico

O exercício físico pode desencadear urticária, que também pode ser uma manifestação precoce de anafilaxia induzida pelo exercício. Existem também outros factores desencadeantes, como os alimentos. Na anafilaxia induzida pelo exercício, o exercício é o único fator desencadeante e não pode ser induzido por um aumento passivo da temperatura corporal central, como acontece na urticária colinérgica.

Urticária colinérgica

A urticária colinérgica manifesta-se com o aparecimento de pápulas com prurido características desencadeadas por um aumento ativo ou passivo da temperatura corporal na sequência de aquecimento corporal, exercício, transpiração, banhos quentes, emoções fortes, etc. Estes pacientes desenvolvem tipicamente pequenas pápulas rodeadas por uma grande área de vermelhidão, envolvendo frequentemente o tronco e as extremidades. Os sintomas duram normalmente 15 a 60 minutos. Raramente, os pacientes podem também ter angioedema associado (inchaço da pele mais profunda) ou sintomas sistémicos (falta de ar, queda da pressão arterial, perda de consciência, sensação de asfixia, etc.)

FATORES DESENCADEANTES E CAUSAS

Os sintomas da urticária colinérgica são desencadeados por aquecimento, esforço, transpiração, banhos quentes, emoções fortes (excitação ou medo) ou ingestão de alimentos picantes, ao contrário da urticária crónica espontânea, em que as pápulas aparecem do nada.

TESTE

O diagnóstico de urticária colinérgica baseia-se na apresentação clínica. O teste de provocação é efetuado para confirmar o diagnóstico. É realizado um exercício moderado numa bicicleta ergométrica. O teste é positivo se aparecerem pápulas nos 10 minutos seguintes ao desafio do exercício.

Outra opção é um desafio térmico passivo que também pode ajudar a diferenciar a urticária colinérgica da anafilaxia induzida pelo exercício. Isto envolve a elevação sem esforço da temperatura corporal central do paciente colocando um ou ambos os braços num banho de água quente (44°C) até se conseguir um aumento da temperatura corporal de pelo menos 0,7°C. O aparecimento de urticária generalizada indica urticária colinérgica.

TRATAMENTO

A identificação e a prevenção dos fatores desencadeantes são fundamentais para o tratamento da urticária colinérgica, mas nem sempre é possível. Em alguns casos os anti-histamínicos não sedativos, com doses mais elevadas naqueles  que não respondem à dose padrão, são eficazes. Podem ser adicionados outros medicamentos, como o omalizumab, se não for obtido alívio suficiente com a dose máxima de anti-histamínicos. Nos pacientes que desenvolvem reações sistémicas graves/anafilaxia (falta de ar, queda da tensão arterial, perda de consciência, sensação de asfixia, etc.), pode ser necessário transportar um auto-injetor de adrenalina (Epipen) para utilização de emergência.

 

Urticária de contato

A urticária de contato é um tipo raro de urticária induzida, caracterizada pelo desenvolvimento de pápulas no local de contato de um agente externo (como plantas, alimentos, aditivos, produtos químicos, agentes cosméticos, etc.) com a pele. É aconselhável evitar o contato com o agente desencadeador. Os anti-histamínicos podem ajudar a controlar os sintomas.

 

 Urticária aquagênica

A urticária aquagênica é outro tipo raro de urticária induzível em que as pápulas aparecem em contacto com a pele com qualquer fonte de água, independentemente da temperatura. À semelhança da urticária colinérgica, os doentes desenvolvem pequenas pápulas. O diagnóstico é feito através da aplicação de uma compressa húmida à temperatura normal (35-37°C) na parte superior do corpo durante 30 minutos. O aparecimento de pápulas localizadas no espaço de 10 minutos indica um teste positivo e ajuda a diferenciá-la da urticária ao frio (desencadeada por líquidos frios) e da urticária colinérgica (desencadeada pela transpiração). O tratamento inclui principalmente anti-histamínicos não sedativos.

Diagnosticando a urticária

O diagnóstico é feito através do histórico do paciente, exame físico, exames complementares, testes alérgicos e provas de provocação.

Se o histórico do paciente com foco em alergia detectar fortes sintomas ou um histórico de sensibilizações, você pode seguir as diretrizes atuais e realizar testes de diagnóstico. O teste cutâneo (skin prick test, SPT) e o exame de sangue para IgE específica podem ajudá-lo a confirmar ou descartar a sensibilização a alérgenos, dando-lhe a capacidade de realizar um diagnóstico correto e melhorar o gerenciamento clínico

No caso de urticária aguda, suas iniciativas de diagnósticos serão amplamente concentradas na identificação dos possíveis desencadeantes e alergias. Você adquire essas informações por meio de um histórico minucioso, que deve abranger medicamentos (por exemplo, analgésicos não esteroidais) e alimentos. O histórico do paciente também deve abranger infecções (por exemplo, infecções respiratórias virais agudas das vias aéreas superiores), pois elas são uma das causas mais frequentes de urticária aguda.

Teste aumenta a confiança do diagnóstico

A adição de testes de diagnóstico para ajudar em um diagnóstico diferencial demonstrou aumentar a confiança no diagnóstico para 90%. Convencionalmente, o diagnóstico de doença alérgica ou autoimune depende da história do caso e de um exame físico. No entanto, a adição de testes de diagnóstico para auxiliar em um diagnóstico diferencial demonstrou aumentar a confiança no diagnóstico. Os testes de diagnóstico também podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e a produtividade do paciente, reduzir os custos associados ao absenteísmo e otimizar o uso de medicamentos, além de diminuir as visitas não programadas à saúde..

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Tratamento

O melhor tratamento para a urticária é descobrir sua causa e eliminá-la, o que infelizmente, nem sempre é possível. Portanto, é importante ter muita paciência e seguir corretamente as orientações do seu médico.

Evite os causadores conhecidos e consulte um alergista, que é especialmente treinado para identificar os causadores das suas urticarias e pode recomendar medicamentos para prevenir as colmeias ou reduzir a gravidade dos sintomas.

O diagnóstico é feito através do histórico do paciente, exame físico, exames complementares, testes alérgicos e provas de provocação.

Caso você desconfie que tenha urticarias consulte seu médico alergista para avaliar seu caso e orientar sobre o melhor tratamento.

O melhor tratamento para a urticária é descobrir sua causa e eliminá-la, o que infelizmente, nem sempre é possível. Portanto, é importante ter muita paciência e seguir corretamente as orientações do seu médico.

Evite os causadores conhecidos e consulte um alergista, que é especialmente treinado para identificar os causadores das suas urticarias e pode recomendar medicamentos para prevenir as colmeias ou reduzir a gravidade dos sintomas.

O tratamento padrão são os anti-histamínicos não sedantes, que agem diretamente bloqueando a ação da histamina. O tratamento da urticária crônica espontânea e a dosagem adequada do medicamento devem ser determinados pelo médico. Por mais tentadora que a automedicação possa parecer – por conta do desconforto causado pelos sintomas da UCE – o paciente deve sempre seguir todas as recomendações médicas. Isso é fator determinante para o sucesso do tratamento por diferentes razões, inclusive porque alguns medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios, podem provocar exacerbações e agravar os sintomas da UCE.

De acordo com diretrizes internacionais, o médico pode aumentar a dose de alguns anti-histamínicos caso o paciente não obtenha o controle completo dos sintomas da UCE com a posologia inicial após período de duas a quatro semanas de tratamento. Se os sintomas não desaparecem após duas a quatro semanas, apesar da adesão ao tratamento com anti-histamínico adequado, o médico deverá lançar mão de tratamentos mais modernos já disponíveis no Brasil.

Cerca de 25% dos pacientes com UCE não obtêm controle completo dos sinais e sintomas mesmo com o uso de anti-histamínicos em doses otimizadas e, por isso, necessitam de uma abordagem terapêutica diferenciada.

Quando houver suspeita de obstrução das vias aéreas associada – caracterizada por inchaço e dor na garganta, náuseas, vômitos e hipotensão arterial (queda da pressão arterial) – recomenda-se que o paciente busque tratamento médico de emergência, diminuindo o risco de consequências mais graves com tratamento adequado.

Infelizmente, é muito comum que os pacientes com UCE (urticária crônica espontânea) façam um uso indiscriminado da automedicação, especialmente dos corticoides orais, na tentativa de prevenir as crises ou de “ficar bom rápido”.

O que nem todos as pessoas com UCE sabem é que uso indiscriminado de corticoides orais têm inúmeros efeitos adversos no organismo, gerando dependência, o que leva a alterações estéticas e até metabólicas sérias, como obesidade, hipertensão, osteoporose, diabetes e miopatia por corticosteroides.

Omalizumabe é uma terapia imunobiológica, anti IgE, que modifica a resposta imune O omalizumabe é indicado para tratamento de adultos e crianças acima de 12 anos portadores de urticária crônica espontânea grave que não respondem ao tratamento convencional de primeira e segunda linhas, isto é, que não respondem aos anti-histamínicos (antialérgicos). Seu uso é subcutâneo, mensal, com aplicação supervisionada e restrita a clínicas e hospitais. A prescrição deve ser feita pelo seu médico. Os estudos científicos mostram que o omalizumabe é uma opção para esses casos de difícil controle e apresenta boa resposta e bom perfil de segurança.

Caso você desconfie que tenha urticarias consulte seu médico alergista para avaliar seu caso e orientar sobre o melhor tratamento.

Questionários UAS7 e DLQI

 

O que são os questionários UAS7 e DLQI ? São questionários usados para o acompanhamento da urticária e avaliar o impacto na qualidade de vida. Para padronizar essas métricas, existem questionários reconhecidos e utilizados internacionalmente: o UAS7 e o DLQI.

UAS7

O Questionário de Atividade da Urticária (UAS – Urticaria Activity Score) avalia a gravidade e o controle dos principais sintomas da urticária: número de urticas (lesões avermelhadas) e intensidade da coceira.

Para responder ao questionário, os pacientes devem preenchê-lo todos os dias por 7 dias consecutivos. O ideal é preencher sempre no mesmo horário, e considerar a
quantidade de urticas e intensidade da coceira das últimas 24 horas. A pontuação diária do UAS pode variar de 0 a 6 por dia. A soma da pontuação dos sete dias consecutivos é o índice UAS7, que pode variar de zero a 42.

Quanto maior o índice, mais grave a urticária.

DLQI

O Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia (DLQI) é uma métrica usada amplamente na dermatologia, para avaliar a qualidade de vida de pessoas com doenças de pele, como a urticária crônica espontânea.

O DLQI é composto por 10 perguntas simples que avaliam os impactos da doença de pele na vida do paciente ao longo de uma semana, considerando os seguintes aspectos:

  • Sintomas e sentimentos
  • Atividades diárias
  • Lazer
  • Trabalho e escola
  • Relações pessoais
  • Tratamento.

A soma das respostas gera um resultado, sendo zero o melhor índice, quando não há impacto na qualidade de vida, e 30 o pior, quando o impacto é altíssimoTanto o questionário UAS7 quanto o DLQI devem ser respondidos e discutidos como ferramenta de monitorização e apoio ao tratamento junto ao médico responsável! Essas ferramentas não substituem o diagnóstico clínico dos especialistas (dermatologistas e alergistas)

Dicas

Por mais desafiador que possa parecer, é sim possível viver com qualidade de vida e superar os desafios impostos pelos sintomas das urticárias crônicas. Para isso, entretanto, é preciso seguir algumas recomendações. Confira:

Siga as recomendações médicas, sempre! A urticária crônica pode durar vários meses ou anos. Enquanto ela estiver em atividade é importante que você use as medicações indicadas pelo seu médico, mesmo quando a urticária não estiver se manifestando. Isso ajudará a manter o quadro controlado e trará uma melhor qualidade de vida.

Diga NÃO à automedicação. Medicamentos do tipo analgésicos e anti-inflamatórios – como o ácido acetilsalicílico, entre outros –, podem agravar a urticária crônica, provocando exacerbações muitas vezes graves. Evite o uso deste tipo de medicamento. Em caso de dor ou febre, converse com o seu médico sobre a opção mais segura.
Mexa-se! As atividades físicas e exercícios são sempre importantes e constituem um hábito saudável. Caso a urticária limite suas atividades físicas, converse com o seu médico que poderá sugerir uma adequação do tratamento da urticária.

Evite o que te faz mal… Algumas pessoas podem piorar da urticária em situações em que exista aumento da temperatura corporal, como estresse, calor e consumo de bebidas alcoólicas. Se isso acontece com você, procure evitar estes desencadeantes. Mas lembre sempre que o tratamento da urticária deve ter como objetivo o controle completo dos sinais e sintomas da urticária para que você tenha uma boa qualidade de vida. E qualidade de vida é ter uma vida normal, sem sinais, sintomas ou limitações.

Tenha atenção à alimentação! Alimentos não são causa de urticária crônica, mas podem desencadear crises, principalmente aqueles ditos “liberadores de histamina”, como carne de porco, crustáceos, morango e chocolate, entre outros. Algumas pessoas pioram ao ingerir alguns alimentos, outras não. Observe no seu caso se existe relação entre ingestão de determinado alimento e piora da urticária, e compartilhe isso com o seu médico, que poderá te orientar sobre a necessidade ou não de uma dieta específica.… e evite corantes e conservantes: existem cada vez mais evidências científicas de que os aditivos alimentares não estão diretamente relacionados com as exacerbações da urticária crônica. Por outro lado, uma dieta sem corantes e conservantes é mais saudável, e hábitos saudáveis devem ser incorporados na vida de todos nós! Pense nisso ao escolher seus alimentos…

Mantenha-se calmo! A urticária não é causada por estresse, mas o estresse pode piorar a sua urticária. Procure sempre um período do dia para relaxar, fazer uma atividade ao ar livre, curtir a vida com a família e os amigos. Isso certamente o ajudará a ter uma melhor qualidade de vida.

Conheça e monitore seus índices: durante o seu tratamento, utilize as ferramentas disponíveis para monitorar a sua urticária, como o Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia (DLQI) e o Escore de Atividade da Urticária (UAS). Isso é importante, pois permite que você e seu médico tenham dados mais objetivos em relação a sua qualidade de vida durante o tratamento da urticária.

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