- A imunoterapia com alérgenos consiste na administração de quantidades gradualmente crescente de uma vacina de alérgenos a um paciente alérgico, até atingir uma dose efetiva capaz de promover a redução dos sintomas associados à exposição subseqüente ao alérgeno causal.
- Estudos controlados demonstram que a imunoterapia com alérgenos é um tratamento efetivo para pacientes com rinite/conjuntivite alérgica, asma e reações alérgicas a picada de insetos.
- O tratamento de doenças alérgicas baseia-se em evitar o alérgeno, farmacoterapia, imunoterapia com alérgeno e educação do paciente. A imunoterapia, quando adequada, deve ser usada em combinação a todas as formas de tratamento, com o objetivo de permitir que o paciente alérgico se torne assintomático o mais rápido possível.
- A imunoterapia com alérgenos está indicada está indicada para pacientes que tenham apresentado doença com evidências de mecanismo dependente de anticorpos IgE específicos a alérgenos clinicamente relevantes.Os motivos para a prescrição da imunoterapia com alérgenos dependem do grau no qual os sintomas podem ser reduzidos por medicamento, da quantidade e do tipo de medicamentos necessários para controlar os sintomas e da possibilidade de se evitar efetivamente o alérgeno.
- A resposta à imunoterapia é especifica para o alérgeno ministrado. Misturas de alérgenos não relacionadas à sensibilização do paciente não devem ser utilizadas.
- Os médicos devem conhecer a aerobiologia local e regional e o nível de exposição do paciente em sua residência e no ambiente de trabalho. Somente médicos com treinamento em aerobiologia (alergia/Imunologia) devem prescrever a vacina cujos alérgenos tenham relevância clínica para a imunoterapia.
- A qualidade da vacina com alérgenos é essencial tanto para o diagnóstico como para o tratamento. Sempre que possível, vacinas padronizadas com potência e validade conhecida devem ser utilizadas na imunoterapia com alérgenos.
- O emprego de vacinas bem caracterizadas e padronizadas torna possível definir uma dose ótima de manutenção para vários alérgenos primários, na faixa de 5 a 20 microgramas do alérgeno principal por aplicação. A eficácia terapêutica está relacionada a essa dosagem.
- O principal risco da imunoterapia com alérgenos é a anafilaxia. Portanto, ela deve ser aplicada por ou sob supervisão rigorosa de um médico treinado e capaz de reconhecer os primeiros sintomas e sinais da anafilaxia e instituir o seu tratamento de emergência.
- A duração ótima da imunoterapia ainda é desconhecida. Aconselha-se três a cinco anos de tratamento para paciente que tenham obtido boa resposta terapêutica. Contudo, a decisão de interromper a imunoterapia deve ser individualizada.
WHO Position Paper. Allergen immunotherapy: therapeutic vaccines for allergic diseases. Allergy 53(44): 1-42, 1998.
Tradução: Informe da Organização Mundial da Saúde. Imunoterapia com alérgenos: Vacinas terapêuticas para doença alérgicas. Rev. brás.alerg.imunopatol.