Muitos pacientes tem doenças alérgicas, com sintomas de rinite e não sabem que tem rinite alérgica! Geralmente procuram na internet algum especialista que possa fazer um diagnóstico e tratamento. Na região onde estamos, em São Bernardo do Campo, temos variações importantes de temperatura, clima seco e úmido e uma intensa poluição, e com isso os sintomas se tornam frequentes, comprometendo a qualidade de vida!
Existem vários tratamentos que podem ser feitos, e um deles é o tratamento com as vacinas de alergia, chamadas de IMUNOTERAPIA.
As doses de alergia diminuem a sensibilidade aos alérgenos e muitas vezes levam a um alívio duradouro dos sintomas de alergia, mesmo após a interrupção do tratamento. Isso o torna uma abordagem de tratamento benéfica e econômica para muitos pacientes.
Como é feito o tratamento?
O tratamento com as vacinas de alergia consiste em aplicações periódicas de uma substância chamada alérgeno com objetivo de diminuir a reatividade que o organismo tem em reagir exageradamente a alguns estímulos.
Existem duas fases de tratamento:
Indução: as doses são semanais e crescentes, por um período de cerca de 8 meses.
Manutenção: são doses fixas, aplicadas a cada 14, 21 ou 30 dias, por um período de cerca de 3 a 5 anos, de acordo com a OMS.
Como pode ser aplicada? Ela é dolorida?
Existem 2 formas de aplicação:
- Sub lingual, onde as gotas são aplicadas pela manhã, em jejum, devendo ficar com a boca aberta por cerca de 1 minuto, pois se engolir pode perder sua ação no estômago
- Sub cutânea, com aplicações na região posterior do braço, praticamente indolores ( são usadas agulhas de insulina ). Alguns dispositivos podem ser utilizados para minimizar o incômodo, como coolsense, buzzy e óculos de realidade virtual.
Quem pode tomar?
Pode ser indicada nos seguintes casos:
Rinite alérgica
Asma alérgica
Conjuntivite alérgica
Dermatite atópica
Alergia à picada de insetos
Quais as contra indicações?
Caso engravide no decorrer do tratamento, a vacina pode ser mantida, mas as gestantes não devem iniciar o tratamento.
Imunodeficiências, doenças auto imunes e outras patologias devem ser avaliadas pelo alergista, que decidirá pela melhor forma de tratamento.
Quem pode indicar o tratamento?
A imunoterapia é indicada pelo alergista ou alergologista, após a realização de testes alérgicos e outros exames para identificação do agente causador.
Quais os efeitos colaterais?
Podem ocorrer vermelhidão e inchaço no local da aplicação, com coceira. Reações no restante do corpo são menos comuns, e também podem exacerbar os sintomas, como espirrar ou entupir o nariz. Raramente pode ocorrer uma reação mais grave, chamada de anafilaxia (inchaço na garganta, falta de ar, náuseas e tonturas), que deve ser tratada em ambientes preparados para essa reação. O paciente deve aguardar cerca de 20/30 minutos após a aplicação.
A vacina é segura e eficaz?
A imunoterapia é o único tratamento capaz de alterar o curso natural da doença alérgica e, em alguns casos, promover sua cura. Previne a evolução da rinite para asma, além de dificultar o desenvolvimento de novas sensibilizações para outros alérgenos nos pacientes hipersensíveis.
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia & Sociedade Brasileira de Pediatria (as vacinas para alergia provocam diminuição dos sintomas de rinite e asma, com melhora perceptível na qualidade de vida da pessoa alérgica.
A imunoterapia é uma estratégia extremamente útil no manuseio das alergias respiratórias, porém a adesão do paciente ao tratamento é fundamental para o sucesso. Isso inclui consultas periódicas para acompanhamento, uso correto dos medicamentos prescritos, controle ambiental e aplicação das vacinas nas datas corretas.
Quais as vantagens ?
Diminuem a intensidade das crises
Aumentam o intervalo entre elas
Previnem o desenvolvimento da asma em pacientes com rinite
Diminuem o custo e o uso de medicamento
Previnem as complicações, como sinusites, pneumonias e internações
Diminuem as faltas escolares e no trabalho
Confira algumas referências mundiais sobre imunoterapia:
> International Consensus on Allergy Immunotherapy
A declaração do consenso internacional (ICON) sobre imunoterapia com alérgenos
(AIT) é um documento conciso de autoria de um grupo multinacional de especialistas
revisando a literatura pertinente e resumindo as principais declarações
para imunoterapia (AIT).
O documento combina as melhores evidências científicas com especialistas com
consenso de opinião e é desenvolvido para servir como recurso para
profissionais de saúde que gerenciam pacientes com doenças alérgicas. O documento
também fornece justificativas para proporcionar um melhor acesso à imunoterapia com base na
saúde pública e análises farmacoeconômicas, que podem ser usadas
pelos formuladores de políticas. É adaptável a todos os países do mundo, permitindo
para modificações baseadas na disponibilidade regional de diagnóstico e
intervenções terapêuticas.
O grupo multinacional em Asma, Alergia e Imunologia, é formado:
Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (https://www.eaaci.org/)
Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia (https://www.aaaai.org/)
Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (https://acaai.org/)
Organização Mundial de Alergia (https://www.worldallergy.org/)
A imunoterapia com alérgenos (AIT) tem sido usada para tratar doenças alérgicas desde o início do século XX. Apesar de numerosos ensaios clínicos e metanálises que demonstram eficácia no uso da AIT, ele permanece subutilizado e estima-se que seja usado em menos de 10% dos pacientes com rinite alérgica ou asma em todo o mundo. Além disso, existem grandes diferenças entre as regiões, que não se devem apenas ao status socioeconômico. Praticamente não há controvérsia sobre o uso de AIT no tratamento de rinite alérgica, asma alérgica, e dermatite atópica. A elaboração de um consenso mais amplo é de extrema importância, porque a imunoterapia (AIT ) é o único tratamento que pode mudar o curso da doença alérgica, impedindo o desenvolvimento de asma e novas sensibilizações a alérgenos e induzindo tolerância imune específica a alérgenos. Estratégias mais seguras e eficazes de AIT estão sendo desenvolvidas continuamente tanto através da elaboração de novas preparações e adjuvantes de alérgenos quanto de vias alternativas de administração. Uma série de diretrizes, documentos de consenso ou ambos estão disponíveis nos níveis internacional e nacional. A comunidade internacional de especialistas em alergia reconhece a necessidade de desenvolver um relatório de consenso abrangente para harmonizar, disseminar e implementar as melhores práticas de AIT.
Confira o consenso na íntegra: https://www.eaaci.org/documents/EAACI-ICON-AIT.pdf
> Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federai de Medicina
Autoria da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria
Confira na íntegra: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/imunoterapia_alergeno_especifica.pdf
> Posicionamento da Organização Mundial da Saúde sobre Imunoterapia para doenças alérgicas
A Organização Mundial da Saúde e várias sociedades de alergia, asma e imunologia do mundo inteiro se reuniram de 27 a 29 de janeiro de 1997, em Genebra, na Suíça, para escrever diretrizes para a imunoterapia com alérgenos. Durante o ano seguinte, os editores e os membros do painel chegaram a um consenso sobre as informações a serem incluídas no documento de posicionamento da OMS “Imunoterapia com alérgenos: vacinas terapêuticas para doenças alérgicas”. O termo histórico extrato de alérgeno foi alterado para vacina alergênica para refletir o fato de que as vacinas alergênicas são usadas na medicina como modificadores imunológicos. O documento resume a literatura científica e as razões para o uso adequado dessa terapia no tratamento da rinoconjuntivite alérgica, asma alérgica e hipersensibilidade aos himenópteros.
Resumo OMS: VER ANEXO
Confira na íntegra ( em inglês) – clique em traduzir para o português)
https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(98)70271-4/fulltext
> Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia – AAAAI